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Volvo P1800 o carro do «Santo»

(vendido)

Quando comecei a «surfar» na Web, lembrei-me de coleccionar fotos dos carros que mais gosto para usar nas minhas páginas pessoais. Sempre gostei de Volvos e achei curioso encontrar alguns sites com fotos lindíssimas do P1800. Pela mesma altura, vi num newsgroup um P1800ES à venda nos Estados Unidos por uma valor muito acessível. Não fora a distância e os custos de legalização, era bem capaz de o ter comprado.

Passado algum tempo, ao configurar e ensinar um primo a usar a Net, contei-lhe da minha paixão sobre carros antigos, o tal anúncio que tinha visto e das fotos sobre P1800 que tinha coleccionado. Ele ficou espantado. Até porque andava secretamente a tentar comprar, precisamente um P1800 já há algum tempo!

Assim foi, lá comprou o carro, um P1800 Jensen de 1961, todo original, irrepreensível. Com outro primo que tem um Citröen ID19 de 1967, e eu com um Alfa-Romeu de 1974 emprestado, fomos dar um passeio de carros clássicos. Estava lançado o «bichinho».

Comecei a procurar um carro que gostasse, mas também compatível com as minhas posses. E lá acabei por comprar uma carrinha Volvo de 1975, uma 245DL das primeiras. Mas não era bem aquilo que pretendia...

Acabou por ser na Internet que vi um anúncio de um P1800 à venda. Vermelho, com Overdrive, na Figueira da Foz. Liguei ao meu primo e disse-lhe o número. Como ele já tinha um, podia querer saber o preço, por curiosidade. Ligou-me passado minutos a dizer que eu «estava feito». Não podia perder a oportunidade, nem que tivesse de pedir emprestado! Era um bom preço e oportunidades daquelas não surgem todos os dias...

No sábado seguinte fomos à Serra da Estrela, com as respectivas mulheres e filhos. O que não sabiam é que o regresso era via Figueira da Foz, um «pequeno desvio» de 200 km... Ia só para ver. Sinceramente esperava encontrar um carro com mau aspecto ou a precisar de muitas reparações. Mas não, estava lindíssimo, impecável. O anterior proprietário possuidor de outros carros de colecção que tinha herdado pretendia vendê-lo. O carro pertencera ao avô e estava a andar, com inspecção feita. Tinha inclusivamente andado ultimanente com ele. Fui dar uma volta. Nem queria acreditar!

Quando cheguei o meu primo só me disse para passar o cheque e levar o carro para casa. Já tinha «convencido» a minha mulher (olhei para ela e apenas encolheu os ombros, como dizendo que era inevitável...) e já nem saí do carro. Ainda fui dar mais uma volta, mas no total estivemos menos de 1 hora na Figueira.

E lá vim, feliz da vida, com um «sorriso de orelha a orelha» como mais tarde um amigo me disse...

Só precisou de uns pequenos retoques, pára-choques cromados e uma pintura.

Um espectáculo, não é?

João Emílio Almeida - 03/06/1999

Update: Em 28/29 de Outubro de 2000 participei no 6º encontro CPVV onde conheci o sr. José Costa Neves, um entusiasta de carros antigos, nomeadamente o P1800, da Madeira. Para além de ser um profundo conhecedor do P1800, em finais de 1998 tinha vindo de propósito ao continente a fim de ver pessoalmente um P1800 S de 64 que estava à venda. Como não gostou da traseira costumizada (finless), acabou por voltar à Madeira sem levar o carro. Entretanto o vendedor acabou por baixar bastante o preço e anunciou a sua venda em newsgroups. O resto já é conhecido...